A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável apresentou sugestões para aprimorar o Plano Clima do governo federal, destacando a necessidade de maior clareza e efetividade nas metas voltadas à agricultura e pecuária. A iniciativa faz parte do acompanhamento contínuo do setor sobre os planos setoriais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Photo: Arnaldo Alves
O plano atual, segundo a entidade, apresenta avanços importantes e uma estrutura robusta, mas ainda precisa detalhar como as emissões serão medidas e como as práticas já adotadas no campo, como recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e manejo de dejetos, serão contabilizadas. “É essencial que as metas estabelecidas sejam claras, factíveis e reconheçam os avanços que já estão em curso no campo. As adequações que propomos buscam dar mais transparência, precisão e viabilidade ao Plano, para que ele seja um instrumento de transformação real e impulsione a competitividade da pecuária brasileira”, afirmou Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira.
Entre as contribuições técnicas apresentadas estão:
• Transparência na medição de emissões: detalhar dados, metodologias e contribuição de cada atividade agropecuária;
• Reconhecimento das práticas de sustentabilidade já implementadas;
• Contabilização do carbono no solo e da restauração de vegetação nativa;
• Medidas adaptadas à agricultura familiar, incluindo linhas de crédito, assistência técnica e métricas compatíveis com a escala de produção;
• Marcos intermediários entre 2030 e 2035 para acompanhar progressos e ajustar rotas;
• Fortalecimento do monitoramento e transparência por meio da plataforma AgroBrasil+Sustentável, integrada ao Cadastro Ambiental Rural (CAR);
• Redução do metano e inovação: reconhecimento e apoio a tecnologias validadas, como aditivos que reduzem emissões, com financiamento e assistência técnica.
O trabalho foi conduzido pelo Grupo de Trabalho de Clima da Mesa Brasileira, formado por representantes das organizações associadas, que se dedicam à análise técnica e construção colaborativa de propostas.
A Mesa Brasileira, rede multissetorial que reúne mais de 60 organizações da cadeia de produção de carne bovina, coloca-se à disposição do governo para dialogar e contribuir com dados e conhecimento técnico, com o objetivo de garantir que a pecuária brasileira siga avançando em produtividade, competitividade e sustentabilidade.
O documento completo com as contribuições da Mesa pode ser acessado clicando here.
Confira na íntegra a nota de Posicionamento da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável sobre o Plano Clima
A Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável vem acompanhando de perto o avanço do Plano Clima do governo federal, com atenção especial aos planos setoriais voltados à “Agricultura e Pecuária”. Como representante da cadeia de valor da pecuária sustentável, enviou contribuições à primeira versão do texto da consulta pública do Plano Setorial de Mitigação. A entidade também já havia contribuído com a consulta do Plano de Adaptação, em maio.

Photo: Gabriel Faria
O documento atual apresenta avanços importantes e uma estrutura robusta para orientar a política climática nacional. Entretanto, o setor pecuário identificou pontos que precisam de maior clareza e aperfeiçoamento para garantir a efetividade do Plano e evitar interpretações equivocadas sobre o papel da agropecuária. Propostas técnicas foram apresentadas ao governo pela Mesa Brasileira, entre elas, destacam-se:
Como são medidas as emissões: é preciso mais transparência sobre a forma como serão calculados os números, mostrando quais dados e metodologias foram usados e como cada atividade da agropecuária contribui para atingir as metas.
Reconhecimento das práticas já adotadas no campo: práticas como recuperação de pastagens, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e manejo de dejetos precisam ser claramente associadas às metas climáticas, para que seja possível medir sua contribuição real.
Carbono no solo e restauração: o Plano deve contabilizar as emissões e remoções de carbono no solo, incluindo as remoções geradas pela restauração de vegetação nativa e recuperação de pastagens nas propriedades rurais, usando metodologia específica para isso.
Agricultura familiar: é fundamental incluir medidas adaptadas à realidade desse público, como linhas de crédito, assistência técnica e formas de medir resultados compatíveis com sua escala de produção.
Acompanhamento por etapas: além de metas para 2030 e 2035, é importante ter marcos intermediários (como 2032 e 2034) para acompanhar o progresso e corrigir rotas, se necessário.
Monitoramento e transparência: a Plataforma AgroBrasil+Sustentável deve ser fortalecida como principal ferramenta de acompanhamento, integrada a cadastros como o CAR, para dar mais clareza e credibilidade aos resultados.
Redução do metano e inovação: tecnologias já validadas, como aditivos que reduzem a emissão de metano pelos animais, precisam ser reconhecidas oficialmente e apoiadas por financiamento e assistência técnica, para que cheguem ao campo de forma acessível.
“O Plano Clima é fundamental para orientar as políticas públicas do país frente aos desafios climáticos, e a pecuária tem um papel importante nesse processo. Por isso, acreditamos que é essencial que as metas estabelecidas sejam claras, factíveis e reconheçam os avanços que já estão em curso no campo. As adequações que propomos buscam justamente dar mais transparência, precisão e viabilidade ao Plano, para que ele seja um instrumento de transformação real, capaz de impulsionar a competitividade da pecuária brasileira e mostrar ao mundo que o Brasil pode liderar a produção sustentável de carne,” comentou Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira.

Fotos: Diego Vargas
Como rede multissetorial que reúne todos os elos da cadeia de valor da pecuária, a Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável se coloca à disposição do governo para dialogar e contribuir com dados e conhecimento técnico. Seu compromisso é assegurar que a pecuária brasileira siga avançando em produtividade, competitividade e sustentabilidade, contribuindo de forma concreta para uma agenda climática sólida, transparente e exequível.
Esse trabalho foi conduzido pelo Grupo de Trabalho de Clima da Mesa Brasileira, formado por representantes das organizações associadas, que vêm se dedicando à análise técnica e à construção colaborativa de propostas para o Plano.
Confira as contribuições na íntegra clicando here.