SÃO PAULO (Reuters) – A safra de milho do Brasil 2024/25 deve ficar acima das expectativas anteriores, com aumento de área plantada e clima de maneira geral favorável, apontou nesta segunda-feira a consultoria Céleres.
Já o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) também revisou para cima a projeção de colheita do Estado que é o maior produtor nacional.
A Céleres estimou a colheita do país, segundo exportador global de milho, em 135,4 milhões de toneladas, versus 134,6 milhões na previsão anterior, o que representaria um crescimento de quase 5% ante a temporada passada, mas ainda aquém do recorde de 2022/23 (140,2 milhões).
“A valorização das cotações do milho desde 2024 favoreceu a expansão da área destinada à segunda safra 2024/25 em 4%, mesmo diante do atraso na colheita da soja no início do ano”, afirmou a Céleres, citando o período no qual o Brasil colhe grande parte do seu cereal.
A consultoria citou como destaque o Mato Grosso.
“Como reflexo, projeta-se pressão adicional sobre os preços domésticos do cereal no próximo trimestre”, disse a Céleres, em relatório.
Entretanto, a consultoria também vê uma demanda doméstica como importante vetor de sustentação de preços internos, “impulsionada pela consolidação e expansão da indústria de etanol à base de cereais”.
“Do ponto de vista do produtor, a expectativa de elevada produtividade e preços futuros ainda remuneradores, em comparação ao mesmo período de 2023 e 2024, sustenta um cenário de margens positivas para o setor”, disse.
MATO GROSSO
O Imea elevou em 3,9% sua previsão de safra para o Mato Grosso, a 48,9 milhões de toneladas, o que seria uma alta anual de 3,6%.
Agora o instituto ligado aos produtores vê a safra do ciclo atual superando o anterior com um ajuste na produtividade média, de 2,5%, assim como na área plantada, em 1,34%, para 7,1 milhões de hectares.
“A produtividade manteve a tendência de alta, com incremento de 2,82 sacas/hectare, ante a divulgação de abr/25, ficando em 114,54 sacas/hectare. Esse aumento foi pautado principalmente pelas boas condições das lavouras até o final do mês de abril”, afirmou o Imea em relatório nesta segunda-feira.
Segundo o instituto, uma parcela a parcela significativa das áreas se desenvolveu dentro de um regime ideal de chuvas, devido à manutenção dos volumes pluviométricos na maior parte das regiões até o final do mês.
(By Roberto Samora)