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Fresh pork continues to break export records

O Brasil continua batendo recorde de exportações de carne suína no primeiro trimestre de 2025, com mais de 18% de crescimento dos embarques de in natura em relação ao mesmo período do ano passado (tabela 1), totalizando mais de 290 mil toneladas nestes primeiros três meses.

Tabela 1 – Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023, 2024 e de janeiro a março de 2025. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Chama a atenção que a China, que chegou a representar mais de 50% das nossas exportações, e que vem reduzindo os volumes importados (gráfico 1), em março de 2025, comprou apenas pouco mais de 12 mil toneladas de carne suína in natura, quase metade do volume comprado pela, agora líder, Filipinas (tabela 2).

Em receita a China ficou em quinto lugar em março, sendo ultrapassada também por Hong Kong, e Japão; este último em segundo na receita de exportação do mês (tabela 2). Sobre a China este volume de março de 2025 foi o menor embarcado em um único mês, desde fevereiro de 2019, quando foram exportadas 11,9 mil toneladas. Ou seja, os volumes exportados pelo Brasil para a China estão voltando ao patamar de antes da grande demanda decorrente dos impactos diretos do surto de Peste Suína Africana no gigante asiático.

Gráfico 1 – Evolução de volumes mensais exportados de carne suína brasileira para China de jan/24 a mar/25 (em toneladas). Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

Tabela 2 – Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em março de 2025, com valor em dólar (FOB). Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Apesar das exportações em alta, o preço do suíno pago ao produtor no mercado doméstico caiu em março, mantendo este ciclo de baixa até o início de abril (gráfico 2 e tabela 3), quando estabilizou e, mais recentemente, dá mostras de reação (gráfico 3 e tabela 3). Não há indicativo de aumento significativo de abate de suínos em relação ao ano passado, o que reforça a tendência de continuidade na recuperação de preços nos próximos meses.

Gráfico 2 – Indicador suíno vivo – Cepea/Esalq (R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, mensal, nos último 6 meses, novembro/24 até dia 15/04/2025 (cotação indicada no gráfico média de novembro/24, quando atingiu cotação nominal máxima em algumas praças). Fonte: Cepea

Gráfico 3 – Indicador Suíno vivo– Cepea/Esalq(R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, diário, nos últimos 30 dias úteis, até dia 15/04/2025. Fonte: Cepea

Tabela 3 – Preço semanal da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) desde o segundo semestre de 2024 (R$/kg vivo), até a reunião de 16/04/2025. Destaque, em azul, para alguns movimentos de alta relevante e, em amarelo, movimentos recentes de queda. Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da BSEMG

Milho parou de subir, farelo se mantém estável e relação de troca do suíno com os insumos ainda é favorável

O USDA manteve a previsão de 126 milhões de toneladas na safra de milho do Brasil e apontou para uma mudança significativa na intenção de plantio dos agricultores dos Estados Unidos, reduzindo em 7% a área de soja e aumentando na mesma proporção a área de milho. Este aumento provável da área de milho pode representar uma produção de até 25 milhões de toneladas a mais do cereal, melhorando a oferta mundial no segundo semestre de 2025 e aliviando a pressão de alta na cotação do milho. A propósito, o plantio da safra norte-americana já começou.

O último levantamento de safra da Conab trouxe um acréscimo de 2 milhões de toneladas de milho em relação ao mês anterior, totalizando quase 125 milhões de toneladas na soma das três safras. Lembrando que a segunda safra, ainda em desenvolvimento e que representa quase 80% do montante da safra 2024/25, ainda corre relativo risco em algumas regiões, caso as chuvas nas próximas semanas e no mês de maio não sejam suficientes. As cotações do milho que vinham em alta desde a virada do ano, estabilizaram e, mais recentemente, começaram a recuar (gráficos 4 e 5).

Gráfico 4 – Preço médio mensal do milho (R$/SC 60kg) em Campinas-SP, nos últimos 6 meses, até dia 15/04/2025. Fonte: Cepea

Gráfico 5 – Preço médio diário do milho (R$/SC 60kg) em Campinas-SP, nos últimos 30 dias úteis, até dia 15/04/2025. Fonte: Cepea

Embora menor que no segundo semestre de 2024, a relação de troca do suíno com os principais insumos (milho e farelo de soja) se mantém vantajosa, (gráfico 6), o que determina margens positivas na atividade em todas as regiões do Brasil (tabela 4).

Gráfico 6 – Relação de troca suíno : mix milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de abril/23 a abril/25 (até dia 15/04/25). Composição do mix: para cada quilograma de MIX são 740g de milho e 260g de farelo de soja. Relação de troca ideal, acima de 5,00 Elaborado por Iuri P. Machado com dados do Cepea– preços estado de São Paulo

Tabela 4 – Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul e Goiás (R$/kg suíno vivo vendido) em janeiro, fevereiro e março 2024 e 2025, e a média anual de 2023 e 2024. Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno)

Em meio às incertezas do “tarifaço” de Trump, suinocultura brasileira avalia oportunidades e ameaças

Ainda é cedo para mensurar os impactos do “tarifaço trumpista”, mas é provável o aumento da demanda pelas carnes brasileiras, não somente por parte da China, mas todos os mercados que os Estados Unidos exportam. Isto traz boas perspectivas em termos de precificação para os suinocultores brasileiros, mas, por ouro lado, a pressão sobre uma maior exportação de grãos (principalmente soja) e o aumento do consumo interno dos insumos agrícolas coloca pressão de alta sobre os custos de produção.

A China, até este momento, mantém tarifas de retaliação superiores a 100% contra os Estados Unidos. Os gráficos 7, 8 e 9, a seguir, mostram os principias destinos das exportações das três carnes dos Estados Unidos, com destaque para a China que representa 15,1%, 12,9% e 8,9% das exportações norte americanas de carne bovina, suína e de frango, respectivamente.

Gráfico 7 – Exportações de carne bovina dos EUA, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Gráfico 8. Exportações de carne suína dos Estados Unidos, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Gráfico 9 – Exportações de carne de frango dos Estados Unidos, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

No mercado de exportação de grãos dos Estados Unidos, a situação de dependência em relação à China é bem diferente. Enquanto o gigante asiático representa somente 2,35% dos embarques do milho norte-americano (gráfico 10), na soja a participação da China é de 52,2% (gráfico 11).

Gráfico 10 – Exportações de milho dos EUA, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Gráfico 11 – Exportações de SOJA dos EUA, em US$, e por destino de 2015 a 2024. Fonte: USDA

Embora o Brasil já tenha uma participação significativa nas importações chinesas de soja, pode haver ganhos adicionais de mercado em caso de manutenção das tarifas retaliatórios chinesas.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que mesmo com as exportações de carne suína brasileira a todo vapor, o mercado doméstico tem andado de lado e até recuado. “Mas há uma tendência e expectativa de que os preços pagos aos produtores voltem a subir nas próximas semanas e entrem o segundo semestre firmes e em alta. A atenção agora recai sobre o desenvolvimento da segunda safra de milho no Brasil e as consequências da guerra tarifária declarada pelos Estados Unidos com todo o mundo. Num primeiro momento a tendência é de que se abra mais espaço para o Brasil exportar carnes e grãos. O que pode mudar este quadro é o eventual estabelecimento de acordo entre Estados Unidos e China, algo, neste momento, pouco provável”, analisa.

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