Entre janeiro e junho de 2025, o Terminal de Contêineres de Paranaguá alcançou um novo recorde histórico, com a movimentação de 803.041 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). O volume representa um aumento de 3% em relação aos 780.460 TEUs registrados no mesmo período do ano passado.
Um dos destaques foi a operação de contêineres refrigerados, utilizados principalmente na exportação e importação de carnes e produtos congelados, que atingiu 69.290 unidades, alta de 7% frente às 64.641 unidades movimentadas no primeiro semestre de 2024.
O desempenho nas exportações de carne bovina também impressionou: os embarques somaram 449 mil toneladas, um avanço de 48% em relação às 303 mil toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior. Com esse resultado, a participação do terminal nas exportações brasileiras de carne bovina subiu de 23% para 31%.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), no acumulado dos seis primeiros meses de 2025, os embarques de carne bovina tiveram uma alta de 13,4%, chegando a 1,47 milhão de toneladas, enquanto o faturamento cresceu 27,1%, atingindo a marca de US$ 7,23 bilhões. As principais origens do produto foram os estados de Mato Grosso e São Paulo, e os três maiores destinos foram China, Estados Unidos e México.
Já a carne de frango congelada seguiu como a principal mercadoria embarcada, com um volume total de 1,13 milhão de toneladas exportadas, conferindo ao Terminal uma participação de mercado de 43% no segmento. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o país embarcou 2,6 milhões de toneladas no primeiro semestre, gerando uma alta de 5% na receita, que foi de US$ 4,871 bilhões. Os maiores compradores da carne de frango brasileira foram Emirados Árabes, China e Arábia Saudita.
De acordo com o relatório da ABPA, o volume de carne de frango embarcado deve aumentar no segundo semestre com o crescimento contínuo da produção e da capacidade produtiva do setor, somado ao trabalho institucional brasileiro de retomada do fluxo de exportações para 100% dos destinos restritos após a identificação de um caso de Influenza Aviária, em maio, no estado do Rio Grande do Sul. Desde junho, diversos destinos retiraram os bloqueios depois da publicação da autodeclaração do Brasil de Livre de Influenza Aviária junto à Organização Mundial de Saúde Animal.
Armazenagem de contêineres refrigerados
O Terminal de Contêineres de Paranaguá finalizou, em 2024, a ampliação do pátio dedicado à armazenagem de contêineres refrigerados. A capacidade passou de 3.624 para 5.268 tomadas elétricas, consolidando o espaço como o maior parque para contêineres reefer da América do Sul.
Com foco na eficiência energética, o terminal também concluiu a instalação de uma subestação isolada a gás (GIS F35-4), fabricada pela General Electric, o que eliminou restrições relacionadas à cota de energia elétrica. A medida antecipa o crescimento da demanda energética, impulsionado especialmente pelo aumento das exportações de congelados.
Desde 2022, toda a energia elétrica consumida no terminal provém de fontes renováveis, compromisso que vem sendo reconhecido com a certificação internacional I-REC (International Renewable Energy Certificate) por três anos consecutivos.
Desempenho de outros setores
Além do mercado de carnes e congelados, a lista dos segmentos comerciais que mais exportaram foram os de madeira (682 mil toneladas) e o de papel e celulose (487 mil toneladas). Nas importações, o protagonismo foi para os setores de químicos e petroquímicos (278 mil toneladas), seguido pelo automotivo (200 mil toneladas) e de eletroeletrônicos (152 mil toneladas).
Por mar e por terra
O primeiro semestre de 2025 foi marcado por novo recorde no número de atracações no Porto de Paranaguá, com 526 embarcações operando entre rotas de longo curso e cabotagem, alta de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento acompanha o aumento do calado operacional do canal de acesso, que passou de 12,60 metros para 12,80 metros em março. A alteração permite que cada navio transporte, em média, até 160 contêineres (TEUs) cheios a mais, favorecendo o ganho de escala nas operações.
A movimentação ferroviária também registrou alta expressiva. Foram 667 encostes de trens nos primeiros seis meses do ano, 9% a mais que em 2024. O total de contêineres movimentados pelo modal chegou a 53.155 unidades, superando em 2.753 o volume registrado no mesmo intervalo do ano anterior.
O terminal é o único da região Sul com conexão direta a um ramal ferroviário, estrutura estratégica que tem impulsionado o transporte de cargas como carne de frango, papel e celulose, especialmente por meio das rotas que ligam Paranaguá a regiões produtoras no interior do Paraná, como Cascavel, Ortigueira e Cambé.