Após uma queda expressiva em março, os preços do milho voltaram a se valorizar na primeira quinzena de abril no mercado internacional. Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações recuaram 7% no mês passado, encerrando março a US$ 4,54 por bushel. A retração foi impulsionada pelas incertezas em torno da imposição de tarifas pelos Estados Unidos e seus possíveis impactos comerciais.

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Com a suspensão dessas tarifas recíprocas e a volta do foco aos fundamentos de mercado, o milho registrou recuperação em abril, com alta acumulada de 4,2% até o momento, alcançando US$ 4,73/bu.
Entre os fatores que sustentam esse movimento estão a expectativa de queda nos estoques globais da safra 2024/25 e o avanço das exportações americanas, que têm contribuído para reduzir os estoques internos dos EUA e pressionar os preços para cima.
No Brasil, o mercado seguiu trajetória distinta. Em março, o milho apresentou forte valorização, impulsionado por demanda aquecida e incertezas em relação ao desempenho da segunda safra, diante do atraso no plantio em algumas regiões. Em Campinas (SP), os preços chegaram a ultrapassar os R$ 90 por saca em determinados dias, fechando o mês com média de R$ 88,90/saca.
Já na primeira quinzena de abril, os preços cederam cerca de 4%, recuando para R$ 85/saca. A queda foi puxada pela normalização das chuvas nas principais regiões produtoras, o que reduziu o risco de perdas de produtividade e trouxe alívio ao mercado.

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Outro fator que contribuiu para a acomodação dos preços foi o avanço nas vendas, tanto internas quanto para exportação, ajudando a equilibrar a oferta e a demanda. Diante do bom desempenho climático e da ampliação da área cultivada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a estimativa da segunda safra, agora projetada em 97,9 milhões de toneladas, ante 95,5 milhões previstos anteriormente.
Com isso, a produção total de milho na safra 2024/25 está estimada em 124,7 milhões de toneladas, acima dos 115,7 milhões da safra anterior. Apenas a segunda safra do ciclo 2023/24 produziu 90,3 milhões de toneladas. Os números indicam um ano promissor em volume, embora produtores permaneçam atentos à volatilidade do mercado, influenciado por fatores externos e condições climáticas nos próximos meses.