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Implantação de usina de etanol de milho é anunciada no Oeste do Paraná

Toledo oficializou na segunda-feira (1º) um dos maiores investimentos privados já anunciados para o município: a implantação de uma usina de etanol de milho, com aporte estimado em R$ 1,18 bilhão pela empresa Hydrographe S.A., sediada em Cuiabá (MT). O projeto, totalmente privado e sem custos para a Prefeitura, prevê impacto direto na economia local, geração de empregos e fortalecimento de cadeias agroindustriais.

A planta será instalada em uma área de 60 hectares próxima ao Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho, arrendada junto ao deputado federal Dilceu Sperafico. O complexo industrial, chamado de Toledo Bioetanol, produzirá etanol anidro e hidratado, farelo de milho (DDGS), óleo de milho e energia elétrica, itens que ampliam a integração com a produção regional de suínos, aves e bovinos.

Obras devem gerar 1,5 mil empregos 
A previsão é de que a construção da usina gere 1,5 mil empregos ao longo de 18 meses. Na operação, serão 150 empregos diretos e cerca de dois mil indiretos. O projeto também prevê a instalação de outras 31 empresas no entorno, criando um polo de apoio logístico e industrial.

Autoridades municipais, estaduais e representantes do setor produtivo participaram da apresentação do projeto Toledo Bioetanol, considerado um dos maiores investimentos privados da história do município – Fotos: Carlos Rodrigues

Com a usina operando em capacidade plena, a receita anual projetada poderá chegar a R$ 1,184 bilhão. Só em ICMS, a estimativa é de aproximadamente R$ 213 milhões ao Estado do Paraná, parte dos quais retorna ao município. Haverá ainda incremento no ISS e estímulo ao turismo de negócios.

Licença de instalação
O sócio da Hydrographe, Paulo Rangel, adiantou que o pedido de licença de instalação será protocolado em janeiro de 2026. A construção começa após a emissão da licença, com prazo estimado entre 18 e 24 meses. “A perspectiva é de iniciar a operação com 1,5 mil toneladas por dia de processamento de milho. Isso vai perfazer em torno de 200 mil metros cúbicos de etanol, 160 mil toneladas de DDGS, 18 mil toneladas de óleo de milho e alguns outros produtos”, afirmou.

Segundo ele, todos os custos dos projetos, licenças, obras e operação serão assumidos pela empresa.

Serviços serão contratados na própria região
O diretor e sócio da empresa, João Vianei, destacou que toda a cadeia de serviços deve ser atendida por empresas locais. “Não vamos terceirizar. Vamos contratar diretamente empresas do empresariado local”, garantiu.

Vianei explicou que isso abre oportunidades para diferentes setores, desde transporte e logística até alimentação e prestação de serviços. “Todo esse contexto que vem junto poderá ser atendido por quem quiser participar”, ressaltou.

Segurança nas tratativas
O prefeito Mario Costenaro afirmou que o anúncio formaliza a decisão da empresa de se instalar no município. “A empresa está aqui efetivando sua chegada e anunciando sua disposição em construir a usina”, declarou.

Segundo ele, tratativas com o governo estadual já estão em andamento. “As conversas iniciaram e avançam com segurança”, salientou.

Uma área de 60 hectares, próxima ao Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho, será construída a futura planta de etanol de milho, com investimento de R$ 1,18 bilhão

Costenaro ainda ressaltou que a região deverá receber apoio estadual para obras de infraestrutura no entorno do empreendimento. “Não tenho dúvida de que a região em que será instalada a usina terá intervenção e apoio do Estado”, enfatizou

Para o prefeito, o projeto reforça a vocação agrícola de Toledo. “Não há outro caminho senão fortalecer as nossas próprias forças”, frisou.

Área foi cedida após decisão familiar, diz Sperafico
O deputado federal Dilceu Sperafico afirmou que a cessão da área ocorreu após dois anos de conversas com a empresa e alinhamento com sua família. “Fiz questão de participar pelo benefício à cidade”, afirmou.

Ele garantiu que se trata de uma indústria de baixo impacto ambiental. “É uma indústria não poluente. Tudo o que entra como matéria-prima sai como produto final, sem gerar problema ambiental”, enalteceu, destacando que isso deve facilitar o processo de licenciamento.

Sperafico também afirmou que o lançamento oficial da obra contará com autoridades estaduais.

Análise ambiental
O chefe do Instituto Água e Terra (IAT) de Toledo, Volnei Bisognin, afirmou que o órgão dará prioridade ao processo. A análise será feita por meio de um Plano de Controle Ambiental (PCA). “A diferença do EIA-RIMA é a audiência pública, mas, na prática, o processo é basicamente o mesmo”, disse.

Os sócios da Hydrographe S.A., Paulo Rangel e João Vianei, durante o anúncio oficial da instalação da usina de etanol de milho em Toledo: “Vamos contratar diretamente empresas do empresariado local”

Segundo Bisognin, o ponto mais sensível é a outorga de uso da água. “A parte da outorga deve ser tratada urgentemente, para que possamos avançar nesse processo”, frisou.

Etanol de milho
Vianei também lembrou que as primeiras usinas de etanol de milho no Brasil surgiram em 2017, no Mato Grosso, e que hoje já representam 20% da matriz nacional de etanol. Projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que o setor deve chegar a 50% até 2034.

Ele destacou que Toledo reúne as características necessárias para receber o empreendimento: forte base agrícola, cadeia estruturada de proteína animal, verticalização da produção e excelente logística.

DDGS deve impulsionar suinocultura e avicultura
O produto sólido resultante da produção, o DDGS, é apontado como um dos grandes responsáveis pela sinergia com o agronegócio local.

Natan Sperafico explicou que se trata de um ingrediente de alta proteína. “Ele possui teor de proteína superior ao farelo de soja e é excelente para alimentação animal. Além disso, apresenta um aroma levemente adocicado, e a usina não gera odores perceptíveis”, explicou, enfatizando que o histórico de outras regiões mostra que plantas desse tipo têm ajudado a valorizar o milho e a impulsionar cadeias de aves e suínos.

Lançamento da pedra fundamental
O prefeito lembrou que, embora não estivesse presente no anúncio, o governador Ratinho Junior confirmou participação no lançamento oficial da pedra fundamental. “O governador tem feito um trabalho importante de interiorização e fortalecimento do setor produtivo”, destacou.

Após dois anos de tratativas e estudos, Toledo inicia agora a fase pública do projeto, que ainda depende das etapas formais de licenciamento. Para o município, trata-se de um investimento que deve redefinir a dinâmica econômica e reforçar sua posição entre os polos mais importantes do agronegócio do Paraná.

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