O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio no valor de R$ 2 bilhões para a Rumo S.A. concluir a primeira etapa da Ferrovia Estadual de Mato Grosso (FMT), entre Rondonópolis (MT) e o terminal da BR-070, em Dom Aquino (MT), com extensão de 162 quilômetros.
O BNDES apoia o projeto por meio da subscrição de debêntures, no volume total da emissão (R$ 2 bilhões) que foi coordenada pelo próprio Banco. As obras referentes à primeira fase têm previsão de conclusão no segundo semestre de 2026.
Todo o projeto da FMT prevê a implantação de aproximadamente 743 km, dividido em cinco fases, para interligar os municípios de Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, com a inclusão de um ramal destinado a Cuiabá. A execução das obras deve gerar 114 mil empregos.
A FMT é uma das iniciativas mais relevantes na expansão da infraestrutura de transportes e tem como objetivo desenvolver a região mato-grossense e a malha ferroviária para capturar uma parcela expressiva do transporte de grãos, principalmente soja e milho, de uma das maiores regiões produtoras do país. Além disso, a ferrovia ampliará a capacidade de escoamento da produção agroindustrial do estado e vai integrar os modos rodoviário e ferroviário.
O novo terminal próximo a BR-070 terá papel fundamental no processo logístico, funcionando como ponto de concentração das cargas transportadas por rodovia e sua transferência para o modo ferroviário. Com capacidade para escoar até 10 milhões de toneladas de grãos por ano, principalmente soja e milho, o novo terminal tem previsão de ser concluído no segundo semestre de 2026.
“Essa ferrovia representa um avanço significativo para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso, com redução de custos logísticos, aumento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional e alívio na sobrecarga das rodovias, prioridades do governo do presidente Lula. Além disso, a ferrovia trará impactos positivos sobre a sustentabilidade ambiental, uma vez que o modal ferroviário apresenta menores índices de emissão de carbono em comparação ao transporte rodoviário”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
“O investimento na expansão ferroviária com perspectiva de longo prazo é uma forte alavanca de competitividade e sustentabilidade para o agronegócio e para a economia nacional. Nossos trilhos têm papel essencial de conectar cadeias produtivas diversas aos mercados internacionais com eficiência, segurança e baixo carbono. Desta forma, contribuímos para o país fazer valer suas vantagens competitivas com protagonismo na arena global”, acrescenta Natália Marcassa, vice-presidente da Rumo.
A Rumo é uma emissora frequente no mercado de crédito brasileiro. Só em 2025, foram realizadas três emissões, em um total de R$ 4,8 bilhões captados em debêntures incentivadas com o objetivo de financiar seus investimentos na Ferrovia de Mato Grosso e na Malha Paulista, entre outros. O apoio do BNDES é parte desse montante e complementa a estrutura de funding necessária aos investimentos.
Expansão – A malha ferroviária atual, com cerca de 30 mil quilômetros, está em processo de expansão e modernização, com projetos que somam mais de 12 mil km de novos trilhos autorizados ou em andamento, cruzando diversas regiões do país. O Governo do Brasil priorizou o setor, destinando R$ 94,2 bilhões até 2026 para obras como a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Transnordestina.
Em 2024, o setor ferroviário alcançou marcos expressivos. Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o transporte de carga geral atingiu um recorde de 150 milhões de toneladas úteis (TU), superando o maior volume dos últimos 19 anos, registrado em 2023. No total, incluindo minério de ferro, as ferrovias movimentaram 540 milhões de TU, um crescimento de 1,83% em relação a 2023, que já foi o maior resultado em relação aos seis anos anteriores. O minério de ferro foi o principal produto transportado, totalizando 390 milhões de TU. Entre as cargas gerais, destacaram-se o crescimento de celulose (alta de 26,4%), açúcar (avanço de 15,8%) e contêineres (aumento de 8,73%).
