O aumento das tarifas sobre produtos chineses, anunciado pelo governo norte-americano, começa a desenhar uma nova reconfiguração histórica nas cadeias globais de fornecimento. Com as sobretaxas sendo postas em prática, uma reação imediata no mercado gera uma mudança na escolha dos fornecedores baseados na localização e rota de produção, o que permite ao Brasil ampliar exportação para os Estados Unidos.

Foto: Vosmar Rosa
Essa mudança se soma ao cenário positivo do agro no país. Só em janeiro deste ano, as exportações do setor somaram US$ 11 bilhões, o segundo maior valor da série histórica para o período desde 1997, além de ter alcançado a abertura de 25 mercados novos de 2023 até 2025, com destaque para Suriname, Angola e Costa Rica, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Além disso, considerando a valorização do dólar, os investimentos em logística e as melhorias nas safras, devem impulsionar ainda mais as exportações agropecuárias,.
A partir disso, é importante que se tenha a correta visibilidade das transações internacionais para uma projeção de negócios futuros e a tomada de decisão adequada. Mas, como as empresas do setor podem aproveitar essa onda de oportunidades e se posicionar de forma ainda mais estratégica no cenário global, visando mitigar os riscos e potencializar as oportunidades?
Para garantir e impulsionar esse crescimento sustentável, o uso da tecnologia é crucial. Com a integração de agentes aduaneiros, automação de processos de importação e exportação, é possível diminuir a burocracia e os riscos fiscais nas operações que envolvem a compra e venda de mercadorias, além de garantir maior rastreabilidade e eficiência operacional.
Entre os processos regulatórios que envolvem o agronegócio, podemos citar o importante papel da digitalização no

Foto: Claúdio Neves
suporte a regimes especiais, como o drawback, automatizando o controle das importações vinculadas às exportações para gerar os incentivos fiscais, garantindo um fluxo logístico ágil e seguro que atende às exigências dos mercados locais e globais.
Já para a compra e venda de produtos biológicos, como sementes e defensivos químicos, são necessárias autorizações, que podem levar tempo e consumir recursos das empresas. Uma solução automatizada, em contrapartida, além de acelerar esses processos, garante o controle de variações de preço e peso das mercadorias, otimizando recursos, além de promover acessibilidade para importação e conformidade com os requisitos de LPCO (Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos).
Outro desafio está relacionado à exportação de produtos de origem animal. Os frigoríficos, por exemplo, precisam garantir que toda a cadeia produtiva da carne, desde o abate até a chegada ao mercado, atenda a normativas internacionais, como o Certificado Halal para mercados do Oriente Médio, por exemplo. Com o apoio de uma plataforma digital, esse processo permite a rastreabilidade completa em cada etapa da produção desses alimentos, comprovando a conformidade com padrões requisitados.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Já no âmbito cambial, o agronegócio precisa estar alinhado com toda a regulamentação específica do Brasil e variações cambiais para garantir a correta internalização de moeda estrangeira. Assim, a tecnologia permite o controle desses processos junto à Receita Federal, além de automatizar a emissão de documentos como DUIMP (Declaração Única de Importação) e DUE (Declaração Única de Exportação).
O suporte da tecnologia ao agronegócio não apenas acelera os processos de importação e exportação, mas também promove total conformidade com as exigências regulatórias nacionais e internacionais, gerando mais eficiência operacional, redução de custos, mitigação de riscos e, sobretudo, maior competitividade no cenário global. O resultado é a garantia dos produtos brasileiros chegarem aos mercados internacionais com qualidade assegurada, ampliando oportunidades e consolidando o Brasil como um dos principais players do agronegócio a nível mundial.