A piscicultura brasileira viveu o primeiro semestre de 2025 marcado pela expansão nas exportações. De acordo com levantamento realizado pela Embrapa Pesca e Aquicultura, em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o setor alcançou US$ 35,9 milhões em faturamento e oito mil toneladas embarcadas, o que representa aumentos de 52% e 49%, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2024.

Foto: Claudio Neves
O desempenho positivo também se refletiu no segundo trimestre, que registrou US$ 17 milhões em vendas externas, alta de 16% frente ao mesmo intervalo do ano passado. Março foi o mês de maior pico (US$ 7,8 milhões), enquanto abril liderou no trimestre, com US$ 5,9 milhões exportados.
Tilápia domina embarques
A tilápia, mais uma vez, figurou como a principal espécie da piscicultura brasileira voltada ao mercado internacional, respondendo por 95% das exportações no segundo trimestre (US$ 16,4 milhões). Apesar de uma leve queda de 3% no período, a espécie continua sendo a âncora do setor. O tambaqui aparece como segunda espécie mais exportada (US$ 311 mil), embora tenha registrado retração de 35%. Já as trutas foram destaque em crescimento percentual, mesmo com valores modestos.

Fotos: Jonathan Campos
Categorias em expansão
Entre as categorias de produtos, os filés frescos ou refrigerados lideraram as vendas externas, somando US$ 10,8 milhões no segundo trimestre, alta de 50% no acumulado do semestre frente a 2024, ainda que com queda de 15% em relação ao trimestre anterior.
Os peixes inteiros congelados ficaram em segundo lugar, com US$ 4,6 milhões (+9% sobre o trimestre anterior). Já os filés congelados foram o destaque em crescimento: +88% no trimestre e expressivos 194% no acumulado semestral, atingindo US$ 1,7 milhão.
Estados Unidos foram os principais compradores
Os Estados Unidos absorveram 89% das exportações no semestre, totalizando US$ 15,6 milhões no segundo trimestre. A tilápia respondeu praticamente por todo esse montante (US$ 15,5 milhões)
O Canadá (US$ 438 mil) e o Japão (US$ 260 mil) aparecem em seguida, ambos também puxados pela tilápia.
O Peru, por sua vez, se destacou pelas compras de espécies nativas, sobretudo o tambaqui, que registrou crescimento de 777% em relação ao primeiro semestre de 2024.
Preços em queda
Apesar do aumento nos volumes, os preços médios da tilápia recuaram. A queda mais expressiva foi observada na tilápia inteira fresca ou refrigerada, que passou de US$ 3,24/kg em 2024 para US$ 2,70/kg em 2025 (-17%).
Paraná mantém liderança
No ranking por estados, o Paraná lidera com folga, respondendo por 56% do total exportado (US$ 9,2 milhões). São Paulo aparece em segundo lugar, com US$ 4,2 milhões (26%), mas registrou queda de 31% frente ao primeiro trimestre. O Mato Grosso do Sul ficou em terceiro, representando 16% do total. Já Santa Catarina e Pará concentraram suas vendas em tilápia inteira congelada.
Com resultados crescentes em volume e valor, mesmo diante da queda de preços, a piscicultura brasileira confirma seu potencial no mercado externo, especialmente com a tilápia como carro-chefe e os Estados Unidos como principal parceiro comercial.