A confirmação do primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, desencadeou uma onda de suspensões nas importações de carne de frango brasileira por diversos países. Entre os que impuseram restrições totais estão China, União Europeia, Argentina, Uruguai, Chile, México, Coreia do Sul, Canadá e África do Sul.
Apesar de o Ministério da Agricultura e Pecuária afirmar que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves ou ovos, já que o cozimento elimina o vírus, a preocupação internacional reside na possibilidade de o vírus ser transportado através de carcaças contaminadas, representando um risco para os plantéis comerciais dos países importadores. “Não é o consumo humano que está em risco, mas sim a contaminação sanitária dos plantéis comerciais”, enfatizou.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) considera as suspensões uma medida de precaução, ressaltando que a transmissão do vírus por meio de produtos avícolas é altamente improvável, exigindo contato direto entre uma carcaça contaminada e aves vivas.
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, enfrenta grandes desafios com essas suspensões, que afetam cerca de 33,5% de suas exportações do produto. As autoridades brasileiras implementaram um plano de contingência para conter o vírus e manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento interno e a segurança alimentar da população.
De acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o Brasil poderá retomar seu status de país livre de gripe aviária após um período 30 dias sem novos casos confirmados. O ministro Fávaro afirmou que, cumprido esse prazo e com a contenção eficaz do foco, o país poderá negociar a reabertura dos mercados internacionais para a carne de frango brasileira.