Conhecido mundialmente por uma geografia que abriga boa parte da famosa Cordilheira dos Andes, aquela imensa cadeia de montanhas formada há milhões de anos, também pelo Deserto de Atacama, uma das regiões mais secas e áridas do mundo, onde se localiza o “Salar de Atacama”, uma vasta planície de sal, e ainda pela produção de vinhos de alta qualidade, o Chile passa a ser um novo destino para a carne suína produzida pelo Paraná. O embarque das primeiras cargas deve ocorrer em breve, tão logo o governo brasileiro defina a lista dos frigoríficos do estado paranaense que estejam habilitados para exportar o produto para aquele país. O consumo de carne suína no Chile, no ano passado, atingiu quase meio milhão de toneladas.

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A inclusão do país andino na lista de nações importadoras da carne suína produzida no Paraná é mais uma evidência clara de que valeram a pena os esforços e os investimentos dos suinocultores paranaenses e também das entidades de classe, como a APS, Associação Paranaense de Suinocultores; a Faep, Federação da Agricultura do Estado do Paraná, e a Ocepar, Organização das Cooperativas do Paraná, que agiram em conjunto com o Governo do Estado, através da Seab, Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, e da Agência de Defesa Agropecuária, a Adapar para elevar o status sanitário do Paraná, com o fim da vacinação contra a febre aftosa nos rebanhos paranaenses.
O reconhecimento internacional pela OIE, Organização Mundial de Saúde Animal, dessa condição sanitária do Paraná veio em 2021, e isso conferiu ao Estado uma credencial para acessar novos mercados para a sua carne suína, como está ocorrendo ano a ano, desde então, quando o Paraná passou a exportar para esses mercados mais exigentes em termos sanitários. Os investimentos em Sanidade Animal e em Biosseguridade nas Granjas, feito pelos produtores do Paraná, pelas empresas integradoras e pelas cooperativas, além da excelência nos serviços de defesa agropecuária do Estado, foram fundamentais para que isso ocorresse.
O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do Brasil – passou o Rio Grande do Sul, e em 2024 abateu 12,4 milhões de suínos, o equivalente a 21,5% de todo o abate nacional. O estado paranaense produziu mais de um milhão e 100 mil toneladas de carne suína, pouco mais de 20% da produção nacional brasileira. Houve um aumento de quase 300 mil cabeças em relação a 2023, e com isso o Paraná liderou o crescimento nacional da produção, no ano passado. Em números exatos, o Paraná produziu 281,4 mil cabeças de suínos a mais em relação a 2023, e foi o terceiro maior exportador de carne suína do Brasil, com 185,5 mil toneladas, atrás apenas de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

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Neste ano, no primeiro trimestre de 2025, o faturamento com exportações de carne suína do Paraná quase dobrou em comparação ao período de janeiro a março de 2024. Enquanto no primeiro trimestre do ano passado o volume exportado de carne suína in natura pelo Estado atingiu US$ 64 milhões, neste ano atingiu US$ 121 milhões. Isso significa que a participação do Paraná na pauta internacional do Brasil passou de 1,2% para 2,3%.
Agora, com a abertura do mercado do Chile, há um incremento de quase 20% das exportações da carne suína do Paraná. Em 2021, o Estado exportou para 68 países, sendo que em 2024, esse número aumentou para 82. Somente até este mês de abril de 2025, 45 países já importaram carne suína do Paraná.
As vendas para o Chile podem acontecer imediatamente, assim que o governo brasileiro apontar quais são as plantas frigoríficas do Paraná que podem exportar para este novo mercado. Sabe-se que a habilitação de frigoríficos se dá por uma lista prévia definida pelo próprio Brasil, que define as que estão aptas a exportar. Mas isso vai ao encontro de uma antiga pretensão dos frigoríficos paranaenses, que já buscavam alcançar este mercado há anos.