O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) segue investigando amostras coletadas em granjas comerciais de Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO), após resultados iniciais apontarem baixa carga viral ou possível degradação do material genético, o que impediu o sequenciamento direto do vírus da gripe aviária. As amostras estão agora sendo submetidas a um novo processo laboratorial com inoculação em ovos embrionados, método internacionalmente recomendado para amplificar o material viral e permitir testes complementares.
Esses procedimentos seguem os padrões definidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e vêm sendo aplicados de forma rotineira no Brasil. Nos últimos 12 meses, o mesmo protocolo foi adotado em 33 amostras suspeitas, entre as mais de 1,5 mil analisadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência nacional.
Segundo atualização mais recente da plataforma oficial de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, do próprio Mapa, há atualmente 12 investigações ativas de suspeita de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) no país. Dessas, duas envolvem estabelecimentos comerciais – granja de pintinhos em Santa Catarina e um abatedouro no Tocantins.
As demais investigações estão distribuídas entre criações de subsistência nos estados do Rio Grande do Sul (Gaurama e Capela de Santana), Santa Catarina (Concórdia), Mato Grosso do Sul (Angélica), Ceará (Salitre) e Pará (Eldorado do Carajás). Há também três casos em análise envolvendo aves silvestres nos municípios de Castelo (ES), Ilhéus (BA) e Icapuí (CE).
Esse tipo de monitoramento é comum no sistema nacional de defesa agropecuária, uma vez que a notificação de suspeitas é obrigatória. Desde a confirmação do primeiro caso da doença em ave silvestre, em maio de 2023, o Brasil já realizou mais de 2,5 mil investigações preventivas. Até o momento, o país contabiliza 168 casos confirmados de gripe aviária: 160 em aves silvestres, quatro em leões-marinhos, três em criações domésticas e apenas um em granja comercial, registrado recentemente em Montenegro (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre.
O Ministério da Agricultura reforça que todas as etapas seguem com prioridade máxima, conduzidas com rigor técnico e dentro dos protocolos internacionais. A vigilância permanente e o pronto atendimento às notificações são pilares da estratégia brasileira para manter o controle da doença e proteger a avicultura nacional, um dos setores mais relevantes do agronegócio brasileiro.