O farelo de soja caminha para a quarta queda mensal seguida na CBOT em maio, com perspectiva de aumento a oferta global. No mercado interno, o cenário é de queda para os preços de farelo e óleo, com boa oferta e demanda lenta. Aumento do esmagamento em Brasil, Argentina e Estados Unidos levando pressão para cotação do farelo.
O farelo de soja caiu 1,3% em abril ante março na CBOT e, na primeira quinzena de maio, a queda foi de 1%, para US$ 289 toneladas. A boa oferta de Brasil e Argentina atuam favorecendo o cenário de baixa. Já os preços do óleo de soja subiram 11,5% no quarto mês do ano em Chicago e, na parcial de maio, apontam nova alta, de 3%, para USSc 49/lb. A expectativa de novidades a respeito do programa americano de biocombustíveis, que pode aumentar a demanda pelo derivado, tem dado sustentação para o óleo de soja.
O farelo de soja no mercado interno caiu 1% em abril e – 1,9% na primeira quinzena de maio em Rondonópolis. O mercado doméstico segue pressionado pela queda dos prêmios e demanda mais lenta. O esmagamento ganhou força nos últimos meses, com o panorama, até então, positivo das margens. Para o óleo, a queda é de 2% na parcial de maio no MT, para R$ 5.778 tonelada. Os recuos são ocasionados, em especial, pela demanda ainda lenta do setor de biodiesel.
Na janela outubro à março de 2025, o Brasil processou 27,3 milhões de toneladas de soja, 1 milhão de toneladas superior ao mesmo período do ano passado, a Argentina esmagou 20,5 milhões de toneladas, 7,5 milhões de toneladas a mais, e os Estados Unidos processou 33,6 milhões de toneladas, volume 1 milhão de tonelada acima da mesma janela do ano anterior.
Na soma dos três países, o incremento no esmagamento outubro à março de 2025 versus outubro à março de 2024 é de 13% ou 9,5 milhões de toneladas. Com o aumento do esmagamento nas três principais origens de farelo e a safra normal na Argentina, somada a unificação do câmbio e redução das retenciones, o cenário seguiu apontando pressão para os preços do farelo no mercado internacional.