As chuvas que marcaram o mês de maio e o início de junho beneficiaram o desenvolvimento das lavouras de milho segunda safra e trigo em grande parte do Brasil. No entanto, o excesso de precipitações em algumas regiões atrasou o avanço da colheita e o plantio de novas culturas. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, que divulgou o boletim Agro Mensal referente a junho.

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Segundo o levantamento, embora maio tenha registrado volumes de chuva menores em comparação com abril, as precipitações foram bem distribuídas e mantiveram a umidade do solo em níveis adequados para as lavouras. As maiores concentrações de chuvas — superiores a 150 milímetros — ocorreram no centro-norte da região Norte, no leste do Nordeste e no estado do Rio Grande do Sul. Por outro lado, a região central do país e o interior do Nordeste apresentaram menor volume de chuvas, o que resultou em redução da umidade do solo.
No início de junho, as precipitações se intensificaram em São Paulo, no extremo sul de Minas Gerais e em toda a região Sul do país. Também foram registradas pancadas localizadas no sul e sudoeste de Mato Grosso, no Pará, no norte do Maranhão e no leste da Bahia.
Esse cenário climático beneficiou a produção de milho segunda safra e o início do desenvolvimento das lavouras de trigo. Porém, a sequência de chuvas, associada à chegada de uma frente fria, retardou a perda de umidade dos grãos, comprometendo o ritmo da colheita. Estados como Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás enfrentaram atrasos nas operações de campo. No Sul, além do impacto na colheita do feijão terceira safra, o excesso de umidade prejudicou o plantio do trigo, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Nos Estados Unidos, o cenário climático também apresentou melhora. As chuvas recentes reduziram significativamente as áreas em condição de seca, o que vem favorecendo o plantio e o desenvolvimento das lavouras de milho e soja. No entanto, o trigo de primavera ainda preocupa devido à baixa umidade em regiões produtoras.
Com o avanço do inverno no Brasil e do verão nos Estados Unidos, o comportamento climático nas próximas semanas será determinante para consolidar os rendimentos das principais culturas da safra atual nos dois hemisférios.