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Exportações de carnes suína e bovina batem recorde e impulsionam o agronegócio em 2025

Ao longo de 2025, um dos fatores mais importantes para manter a demanda por carne suína aquecida tem sido o crescimento das exportações. Em praticamente todos os meses do ano o Brasil exportou mais quando comparado com 2024, sendo que que em setembro foi registrado o maior volume mensal embarcado de carne suína da história, com pouco mais de 134 mil toneladas de carne suína in natura (tabela 1). Considerando todos os produtos, entre in natura e processados, em setembro atingiu-se a marca de 151,6 mil toneladas. No acumulado do ano (janeiro a setembro) o Brasil embarcou 985 mil toneladas de carne suína in natura, 14,28% (+123,12 mil toneladas) a mais que o mesmo período do ano passado.

Tabela 1. Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023, 2024 e de janeiro a setembro de 2025 e diferença percentual de 2025 para 2024. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Consolidando sua liderança, Filipinas, em setembro/25, foi o destino de mais de 30% de nossa carne suína in natura; China se mantém em segundo e chama a atenção o crescimento das compras de Japão, México e Vietnã (tabela 2).

Tabela 2. Exportação brasileira de carne suína in natura por destino em SETEMBRO de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com setembro de 2024. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Não foi só a carne suína que teve destaque nas exportações do mês de setembro, a carne bovina bateu novo recorde mensal de embarques e a carne de frango continua se aproximando dos patamares de antes do foco de Influenza aviária em granja comercial no RS, ocorrido em maio (tabela 3). O volume somado das três carnes ultrapassou as 900 mil toneladas em setembro/25, valor inédito para um só mês, sendo que, no acumulado do ano (entre janeiro e setembro), mesmo com o recuo temporário dos embarques de frango entre maio e agosto, já se atingiu 6,47 milhões de toneladas, quase 6% a mais que o mesmo período de 2024 (tabela 3).

Tabela 3. Exportações brasileiras de carnes in natura bovina, de frango, suína e somatório das três, em toneladas, de janeiro a setembro de 2025, comparado com o mesmo período de 2024 e com o período anterior.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Ainda não temos dados oficiais de abate do terceiro trimestre de 2025, mas é projetado fechar o ano com pequeno crescimento na produção das três carnes, algo entre 2,5 e 4%. Analisando as exportações de frango, em recuperação depois do problema sanitário supracitado, o crescimento dos embarques coincidiu com a recuperação de preços das carcaças de frango no atacado, com alta considerável em setembro/25 e continuidade do viés de alta em outubro (gráfico 1).

Gráfico 1. Cotação média mensal do frango resfriado em São Paulo (SP), em R$/kg de carcaça, nos últimos 12 meses.
Média de outubro/25 até dia 14/10/2025.
Fonte: CEPEA

O mercado doméstico de bovinos, mesmo com exportações em bom ritmo, tem “andado de lado” há alguns meses, com cotações estáveis (gráfico 2), indicando que a virada de ciclo pecuário ainda não se concretizou e que a disponibilidade interna se mantém ajustada.

Gráfico 2. Indicador do BOI GORDO CEPEA/ESALQ (R$/@) no estado de São Paulo, média mensal dos últimos 12 meses.
Média de outubro/25 até dia 14/10/2025.
Fonte: CEPEA

Já a carcaça suína atingiu a maior cotação do ano em setembro/25 e apresentou recuo na primeira quinzena de outubro (gráfico 3).

Gráfico 3. Indicador CARCAÇA SUÍNA ESPECIAL – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em São Paulo/SP, mensal, nos últimos 12 meses.
Média de outubro/25 até dia 14/10/2025.
Fonte: CEPEA

Sem dúvida, esta alta da cotação da carcaça suína em setembro foi puxada pelas exportações, visto que há relatos de agroindústrias exportadoras comprando suínos no mercado independente para suprir sua demanda doméstica. Quando se analisa o comportamento recente do mercado de suínos vivos para abate nos três estados do Sul, São Paulo e Minas Gerais, chama a atenção o comportamento do preço praticado neste último. Conforme pode ser visualizado no gráfico 4, a seguir, Minas Gerais, que vinha com preço um pouco abaixo de São Paulo e acima dos estados do Sul, em meados de setembro experimentou a queda mais acentuada em relação às demais regiões, ficando em alguns momentos com o preço mais baixo entre estas praças. Cabe ressaltar que em torno de 90% das exportações brasileiras se originam dos três estados do Sul e que São Paulo é o maior mercado consumidor, mas não é autossuficiente na produção. Ou seja, esta movimentação do mercado mineiro é mais um indicativo de que, neste período o que sustentou as cotações foi a exportação.

Gráfico 4. Indicador SUÍNO VIVO – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, diário, de 01/09/25 a 13/10/2025. Elaborado por Iuri P. Machado, com dados do CEPEA.

CONAB prevê safra de grãos recorde em 2025/26, com alta de produção da soja e pequeno recuo nos volumes de milho

A Conab divulgou dia 14 de outubro o primeiro levantamento de safra 2025/26, com previsão de aumento da produção de soja da ordem de 3,6%, crescendo dos 171,4 milhões de toneladas da safra passada para 177,6 milhões de toneladas para a safra que está sendo plantada agora. Para o milho é prevista uma redução da produção em 1,8%, de 141 para 138,6 milhões de toneladas, sendo que na safra verão que está sendo plantada agora há uma expectativa de volume ao redor de 25 milhões de toneladas, praticamente o mesmo da primeira safra anterior. Mesmo com esta redução esperada na produção de milho, não se vislumbra, por enquanto, qualquer risco de escassez do cereal para os próximos meses, o que é sustentado pela exportação abaixo do esperado pelas cotações estáveis do milho (gráfico 5) e com.

Gráfico 5. Preço médio mensal do MILHO (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 6 meses, até dia 14/10/2025.
Fonte: Cepea

Considerações finais

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que apesar das exportações de carne em alta no mês de setembro, houve um recuo das cotações do suíno na maioria das praças do Brasil, em especial no estado de Minas Gerais, onde existe o maior rebanho de matrizes no sistema de produção independente (não integrado). “Porém, em meados de outubro os preços já dão sinais de estabilização em todo o país, com tendência de alta à medida que se aproxima de novembro que historicamente é o mês de melhor preço para o suinocultor. Embora o período chuvoso na região centro-sul do Brasil esteja com volumes de água ainda relativamente baixos, há uma boa expectativa quanto ao clima e intenção de plantio o que deve manter os custos de produção estáveis”, conclui.

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