Julho apresentou condições climáticas contrastantes para o setor agrícola, de acordo com análise do Itaú BBA Agro. No Brasil, a distribuição irregular das chuvas trouxe impactos variados sobre as lavouras, enquanto nos Estados Unidos o clima seguiu amplamente favorável, reforçando projeções otimistas para milho, soja e algodão.
No Sul brasileiro, a maior frequência de precipitações manteve a umidade do solo em níveis adequados para os cultivos de inverno, mas também atrasou a semeadura do trigo em algumas áreas e a colheita do feijão da segunda safra. As geadas registradas no Rio Grande do Sul não geraram prejuízos relevantes ao trigo, que ainda estava em fase inicial de desenvolvimento. Já no Paraná, áreas mais adiantadas podem ter sofrido impactos localizados no oeste e norte do estado.

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Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, o clima seco predominou em julho, favorecendo a maturação e a colheita do milho segunda safra. Porém, o Itaú BBA Agro ressalta que houve restrição hídrica no sudoeste de Mato Grosso do Sul e na região central de São Paulo, o que prejudicou parte das lavouras de trigo em estágios reprodutivos. Para o algodão, o frio e as chuvas atrasaram a colheita em algumas áreas, enquanto no Maranhão e na Bahia persiste a preocupação com a qualidade da pluma devido ao excesso de umidade.
Nos Estados Unidos, o relatório aponta um cenário amplamente positivo. O milho apresenta excelente desenvolvimento, com estimativas indicando a maior safra da história do país. Apesar da menor frequência de chuvas, a maior luminosidade tem favorecido a polinização e sustentado a produtividade. A soja também segue em ritmo satisfatório, com lavouras bem estabelecidas e expectativa de rendimento acima da média. Para o algodão, mesmo com chuvas intensas no início do mês, o Itaú BBA Agro avalia que os dados reforçam perspectivas otimistas para a safra.