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Safra de trigo avança no Rio Grande do Sul com alerta para baixa rentabilidade do produtor

A safra de inverno do Rio Grande do Sul foi tema de uma reunião do Conselho da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). A principal abordagem foi sobre a safra gaúcha de trigo, que deve estar em torno de 50% de sua colheita finalizada. Segundo o presidente da entidade, Paulo Pires, ainda é muito difícil quantificar o percentual exato da colheita, pois segundo os departamentos técnicos das cooperativas, existem diferentes números de evolução.

O dirigente explica que existe uma clara evidência de que o produtor que usou mais tecnologia obteve melhor produtividade, embora ainda abaixo do que esperava. “Muitos tinham a expectativa de colher 70 ou 80 sacos por hectare, mas esse resultado ficou comprometido. O baixo uso de tecnologia foi o grande fator desta safra. O produtor trabalhou, digamos, em legítima defesa. Ele considera importante manter a cultura, acredita que é uma lavoura fácil de conduzir no Rio Grande do Sul e, por isso, optou por realizá-la com baixa tecnologia, o que, em todos os sentidos, não é o ideal”, observa.

Photo: Gilson Abreu

Pires salienta ainda que se tem mais produto de menor qualidade na colheita, menor volume de produção e menos palha, considerando vários fatores negativos na safra deste ano. “Mas é a realidade: uma legítima defesa do produtor. Estimamos que a safra de trigo no Estado passe de 3,7 milhões de toneladas. Infelizmente, o preço é muito ruim e o produtor está decepcionado com a renda e o resultado desta colheita. É provável que tenhamos redução de área no próximo ano, o que é uma pena”, reforça, acrescentando que se trata de uma cultura importante para o Rio Grande do Sul e uma excelente opção de inverno para as propriedades. “Além de conservar e preservar o solo por causa da palhada, o trigo traz renda”, complementa.

O presidente da FecoAgro/RS destaca que, neste contexto, o produtor olha o resultado econômico e, nesse ponto, ele tem razão. “O desempenho financeiro da cultura tem sido muito ruim. Só para ter uma ideia: um produtor que colheu 50 sacos por hectare, ou 3 mil quilos, segundo nossa área técnica, teve resultado negativo de 11 sacas de trigo se vender essa produção a R$ 56,00 por saca. Dá para perceber a gravidade da situação. O cálculo varia conforme o volume colhido, mas a tendência é essa”, frisa.

A canola, conforme Pires, por outro lado, apresenta cenário diferente. Embora com área bem menor e menos expressiva, há interesse crescente dos produtores em ampliar o cultivo. “Temos limitações, como a importação de sementes e o fato de ainda não ser uma cultura dominada, mas é provável que haja aumento significativo de área, o que é positivo, inclusive para o trigo. A rotação de culturas melhora o controle de plantas invasoras e de doenças, além de favorecer o sistema produtivo como um todo”, destaca.

O dirigente conclui que , de qualquer forma, a falta de renda nas culturas de inverno é algo marcante. “Tomara que esses preços, que fogem do nosso controle, melhorem. A rentabilidade do setor agropecuário no Rio Grande do Sul é muito baixa. Além do risco elevado, praticamente todas as lavouras estão sendo feitas sem seguro e sem Proagro. A perspectiva de rentabilidade para o produtor é muito ruim, e não há sinalização de políticas públicas que possam mudar esse cenário”, finaliza o presidente da FecoAgro/RS.

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