Representantes da Câmara Setorial do Milho da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) reuniram-se na última segunda-feira (7) para avaliar, entre outros assuntos, a safra 2024/2025. Também foi escolhido o novo coordenador. O atual, Paulo Vargas, entrega a coordenação para Jefferson Camozatto, produtor de milho, soja e trigo em Sananduva, além de diretor-vice-presidente da Farsul.

Foto: Divulgação/Seapi
O engenheiro agrônomo e coordenador estadual de Mecanização Agrícola da Emater/RS-Ascar, Elder Dal Prá, falou sobre o resultado de amostragem e a avaliação de perdas na colheita de milho na atual safra, além da orientação técnica para regulagem de máquinas colhedoras.
“É uma ação que visa mensurar as perdas de grãos de milho durante o processo de colheita. Além disso, orientamos quanto à regulagem das máquinas colhedoras. É uma avaliação realizada a partir de um protocolo padronizado”, esclareceu Dal Prá. “Os extensionistas avaliam as áreas de colheita em todas as regiões do Estado. Nessa safra nós temos até o momento 34 máquinas acompanhadas”.
Segundo Dal Prá, além das características da perda na colheita, também se identifica se ela é terceirizada, se o agricultor possui algum tipo de treinamento, qual é a marca da colhedora, qual o ano de fabricação, qual o espaçamento utilizado na cultura do milho. “A gente relaciona todos esses fatores com as perdas na colheita”, pontuou o engenheiro agrônomo.
Ele contou que, quanto aos resultados, nesta safra, nessa amostra de 34 colhedoras, a perda média de grãos foi de 145,9 quilos por hectare. “Isso é mais do que o dobro do que se permite perder de grãos. Só por esse resultado, fica retratada a importância dessas ações de orientação”, avaliou Dal Prá.
De acordo com ele, outro dado a ser levado em consideração, é a contratação de colheita terceirizada. “Nessa safra, 41% das colhedoras eram terceirizadas. E normalmente esse processo de colheita terceirizada acarreta em maiores perdas de grãos, em função de fatores diversos”, disse o engenheiro agrônomo.
“Outro item que chama a atenção é que os agricultores que passaram por algum tipo de treinamento têm perdas menores. Nessa safra, esses perderam 129 quilos por hectare. Os que não passaram por treinamento tiveram perda de 157 quilos de milho por hectare”, concluiu Dal Prá.
Por sua vez, o assistente técnico de culturas da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, apresentou um resgate histórico da produtividade média de milho no Rio Grande do Sul. Segundo ele, esta é a terceira maior safra da história em termos de produtividade desde a década de 1980, quando começaram a ser feitos os levantamentos. “Isso demonstra o espaço que o milho tem para ocupar. Mesmo em um ano difícil como 2024, nós tivemos um resultado muito bom na cultura do milho. Porque até dezembro as condições hídricas foram favoráveis, as temperaturas registraram calor durante o dia e noites mais amenas, que é o que a cultura precisa”, explicou.
“Então, mais um ano que comprova que a diversificação de culturas e o escalonamento de plantio são estratégias essenciais para um sistema de produção adequado e com maior estabilidade”, acrescentou Rugeri. . Ele mostrou que o resultado da colheita do milho foi positivo. “Certas regiões produziram uma média que ficou acima de cerca de 200 sacos de milho por hectare”.
Rugeri destacou porém que, apesar do aumento da produtividade, existe a preocupação com a diminuição da área plantada no Rio Grande do Sul, que decresceu 100 mil hectares em relação à safra anterior. “Em 2023/2024, eram 810 mil hectares para uma produção de 4 milhões e 500 toneladas do grão. Em 2024/2025, foram 696 mil hectares para uma produção de 4 milhões e 700 toneladas de grãos de milho”, detalhou.
Abertura da colheita do milho 2026
Ficou acertada a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para estudar o local e a data da próxima abertura da Colheita do Milho em 2026. Existe a possibilidade de ser em São Borja, mas ainda será avaliada a sugestão. O GT será formado por representantes da Seapi, Farsul, Famurs, Sistema Ocergs, Fetag, Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (SIPS), Emater/RS-Ascar, Embrapa e Associação dos Produtores de Milho do Rio Grande do Sul (Apromilho).